Não mais se compreende, no mundo atual, capitalista, globalizado e tomado pelas grandes multinacionais, que se encontre ainda empresas que não se utilizem do trabalho de Equipe, reforçando, deste modo, o objetivo ou meta a ser alcançada.
Relendo o livro de Alison Hardingham “Trabalho em Equipe”, senti a necessidade de compartilhar alguns itens, algumas etapas que uma firma deve lembrar-se antes de dar início ao Trabalho de Equipe.
O primeiro fundamento a ser pensado é que trabalhar em Equipe não é, simplesmente, juntar um grupo de pessoas, distribuir tarefas e eleger um chefe para a Equipe. Este, na verdade, é o primeiro passo para o fracasso do grupo. A Sociedade atual, por muitos chamada de A Sociedade do Conhecimento, não aceita mais a figura do Chefe. A presença aceita, agora, é a de um Líder!
Só podemos começar a ver um Grupo de Pessoas formarem uma Equipe de Trabalho quando estiver claro pelo menos que há um objetivo comum entre todos eles a ser atingido.
Por exemplo, quando observamos o trabalho de uma Equipe de Futebol, pode-se perceber, com clareza, os pontos principais do Trabalho em Equipe:
Se este técnico é um líder, não irá resolver tudo sozinho para “passar” ao time, mas antes vai apresentar um Projeto de Trabalho em conjunto, onde todos poderão ser ouvidos em suas sugestões. Isto eleva a auto-estima do grupo, fazendo nascer a vontade de colaborar, porque cada um se sente reforçado em seu campo de saber.
Se for feita uma comparação com uma Equipe de Trabalho, perceber-se-á que, infelizmente, são muitas as empresas que ainda acreditam em CHEFES e CARREIRAS SOLOS, as famosas “mentes brilhantes”, como já são chamadas pelos outros funcionários da firma.
Como Consultor de Recursos Humanos, pode-se, ao ser feito o diagnóstico do ambiente de trabalho, perceber alguns impasses que atrapalham e atravancam o fluxo de informações que poderiam gerar maior intercâmbio entre os funcionários, gerando maior segurança.
5 Problemas Comuns
1. Quando perguntadas sobre suas tarefas, algumas pessoas não têm clareza sobre aquilo que é esperado delas pelo seu chefe.
2. Os objetivos das tarefas a serem cumpridas quase sempre não foram absorvidas corretamente, o funcionário vira um “tarefeiro”, faz por fazer, porque foi mandado, mas não sabe a importância do que está desenvolvendo.
3. Falta comprometimento com a empresa e com as tarefas porque na verdade recebe ordem de um CHEFE, ou seja, se errar a culpa não será do funcionário e sim do chefe!
4. Cresce o clima de competição entre os membros do grupo, pois se não há autonomia de pensamento para interferir nos Projetos com sugestões, a quem o chefe der “ouvidos” passa logo a ser o “puxa-saco” do grupo, acirrando a competição desastrosa para o grupo.
5. A maioria não percebe que o adversário encontra-se fora da Empresa, dentro da empresa todos devem “remar” a favor do Grupo.
Por estar bem clara a exposição do ciclo de vida em equipe no livro da autora, anteriormente citada, passo agora a palavra ao que escreveu em seu livro:
O Ciclo de Vida da Equipe
Estágio 1
A Equipe
• Não está desenvolvida;
• Está em formação;
• Preocupa-se em dividir tarefas.
Sinais que podemos perceber:
• Cortesia consciente;
• Constrangimento;
• Entusiasmo;
• Comunicação empolada, artificial;
• Uma sensação de “lua-de-mel”;
• Sem muitos progressos em relação ao trabalho.
Estágio 2
A Equipe
• Está “experimentando”;
• É tumultuada;
• Preocupa-se “como poderemos trabalhar juntos”.
Sinais que podemos perceber:
• Conflito;
• Debates e discussões animadas;
• Experimentando modos diferentes para trabalhar como equipe;
• Algumas tarefas começam a ser cumpridas.
Estágio 3
A Equipe:
• Está “madura”;
• Está executando tarefas;
• Preocupa-se em atingir seus objetivos.
Sinais que podemos perceber:
• Atmosfera sem tensão e que apresenta finalidades;
• Sensação de confiança;
• A maior parte das conversas é a respeito do trabalho;
• Os objetivos estão sendo alcançados.
Estágio 4
A Equipe:
• Está chegando ao “fim”;
• “Lamenta-se”;
• Preocupa-se em “agitar” e sair atrás de novas tarefas.
Sinais que podemos perceber:
• Falta do que fazer;
• Comemoração de realizações;
• Sensação de tristeza;
• Planejamentos para novas equipes;
• As pessoas dizem “adeus”.
(pág 12 e 13 do livro Trabalho em Equipe, Hardingham, Alisom, 2000)
Enfim, para terminar este artigo, enfocar-se-á o que se julga importante numa Empresa que queira implantar o Trabalho de Equipe com sucesso.
7 Ações que Toda Empresa Deve Implantar
1. A informação deve fluir entre todos os departamentos. Omitir informação é coisa do passado, só pessoas que querem dominar, ter o PODER em suas mãos não repassam as informações recebidas.
2. O fluxo de informações é importantíssimo, todos devem estar sabedores de todos os Projetos que a Empresa está empreendendo.
3. O ambiente agradável da empresa é tarefa de todos, quando se trabalha feliz, como diz Domenico Di Masio, filósofo italiano, em seu livro “Ócio Criativo”: cada funcionário do Terceiro Milênio terá que aprender a fazer de seu trabalho o seu próprio lazer. Trabalhar com o que se gosta, não cansa, não estressa.
4. As equipes devem ser formadas a partir de suas competências e habilidades. Uma equipe que “fala” a mesma linguagem tem muita mais chance de obter sucesso do que a Equipe com muita competência, mas que tem muitas “estrelas” que querem se destacar dos demais.
5. O Comprometimento de cada elemento do Grupo é fundamental, nada poderá dar certo se cada um não se responsabilizar pela parte da tarefa que lhe coube.
6. Uma Equipe tem que ser CRIATIVA porque sempre surgirão obstáculos não previstos no Projeto em andamento, têm que ser removidos e transformados através da criatividade dos membros da Equipe.
7. Relacionamento de respeito pela pessoa, trabalho e conhecimento do outro enriquece o grupo e o faz crescer.
Num trabalho de Consultoria numa Empresa faz-se necessário que o Consultor tenha muito habilidade em não causar “estragos” com depoimentos, opiniões após o diagnóstico realizado. Antes de se pronunciar deve haver Programas de Treinamentos nos Setores que estejam com reais problemas.
O Sucesso da Empresa é aprender com seus próprios erros, olhar o mercado de Trabalho com suas demandas e não perder de vista que o maior Patrimônio que uma Empresa pode possuir, verdadeiramente é sua Equipe de Funcionários.